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Google Tradutor: Como utilizá-lo como ferramenta pedagógica?

Proibir, amedrontar, marginalizar, com certeza nenhum destas formas é a melhor maneira de lidar com o Google Tradutor dentro da sala de aula. Afinal, nossos alunos acabam usando os tradutores quando estão navegando na internet ou quando passamos alguma atividade de casa, e o pior, de forma indiscriminada e sem nenhum conhecimento destas ferramentas. Então, nos últimos anos, tenho incentivado o uso dos tradutores automáticos online de forma consciente nas minhas aulas. Indico para os meus alunos dois deles o Google tradutor por ser muito conhecidos entres eles, além de ser fácil e prático, o tradutor Linguee como complemento do primeiro e um bom dicionário online.


Existem vários tradutores online, mas basicamente todos funcionam da mesma forma. Destes, o mais popular é o Google Tradutor, uma ferramenta bem interessante, pois ela tem a capacidade de se atualizar cada vez que alguém traduz uma palavra e encontra um erro, ele também se atualiza com as novas postagens bilíngues que são publicadas todos os dias na grande rede. Contudo, não podemos esquecer que o Tradutor do Google é um tradutor automático, ou seja, uma máquina e não consegue analisar o contexto que a frase está inserida. Logo, é uma ferramenta falível e impossível de substituir a inteligência humana. Para comprovar isto, é só lembrarmos as expressões idiomáticas e as gírias que quase sempre o Google Tradutor tropeça feio. Como por exemplo:
As expressões idiomáticas:
     Erro: to rain cats and dogs – chovendo
     gatos e cachorros    
   Correto: to rain cats and dogs – chovendo muito
Erro: to hit the Hay- bater o feno                                                   
    Correto: hit the hay - dormir

 No vídeo Google Tradutor | Como usar? Dá pra confiar?”, Karina Fragoso dá bons exemplos de cuidados que devemos tomar com o Google Tradutor, abaixo menciono alguns deles:
O tradutor não reconhece erros de português, exemplo:

Erro: Contra filé – againest filet                                                 
   Correto: contrafilé – tenderloi, sirloin steak





 Cuidado com as palavras polissêmicas:

Erro: Sleeve juice – Suco de manga  
            (manga de camisa)        
Correto: Mango Juice – Suco de maga
Erro: mate (erva mate) – kill 
            (verbo matar)                     
         
Correto: mate (erva mate) – mate, mate herb


Não se esqueça de que nomes próprios se escrevem com letra maiúscula e normalmente não se traduz.




Então, o que fazer para fugir dos erros dos tradutores online?
A seguir, listo 4 dicas que repasso aos meus alunos para eles não caírem nas armadilhas dos tradutores online.
Quando surgir uma tradução ou expressão duvidosa que não se encaixou muito bem ao texto, entre no Google e pesquise por “como se diz suco de manga em inglês...” “to hit the Hay em português”. Irá aparecer alguns sites brasileiros como Tecla Sap, Inglês na ponta da Língua, English in Brazil, entre outros, explicando o termo.


 Se você procura uma forma mais prática, sugiro que utilize como complemento ao Google Tradutor o tradutor Linguee, este site faz uma busca na internet por sites bilíngues que contenha a expressão procurada. Vale ressaltar que a busca é feita em sites que possuem certa credibilidade, tais como, sites governamentais, ONGs e grandes empresas que foram traduzidos por tradutores humanos. Funciona da seguinte forma: O Linguee apresenta um trecho do texto contendo a expressão pesquisada e ao lado a forma como foi traduzida, destacada por marca-texto. Na mesma página o tradutor apresenta várias outros textos contendo a expressão pesquisada, assim, desta forma, o estudante pode fazer uma análise de qual forma se adequa melhor ao seu texto.

O uso de um bom dicionário também ajuda, indico dois deles, o Cambrigde Dictonary (online) ele traduz para o português e também dá a definição em língua inglesa, além da pronuncia e a transcrição fonética da palavra. O outro não é tão sofisticado mais é muito útil por se tratar de um dicionário off-line é o EN-PT Dictonary.


E por fim, a dica mais importante de todas elas, conhecer o máximo possível da língua pesquisada. Nada irá substituir a inteligência humana, os tradutores automáticos, apesar de, serem práticos e muito fáceis de utilizar, eles estarão sempre um passo atrás porque as línguas são construídas e reinventadas todos os dias por nós falantes.
Concluo afirmando que sim. Sim, é possível usar o tradutor como ferramenta pedagógica. Se meu aluno ao usar o tradutor tem consciência que é uma ferramenta fácil, pratica e disponível, porém falha. Se ele escolhe uma meia dúzia de expressões e pesquisa na internet, no tradutor Linguee e/ou em um dicionário (online ou não), certamente ele irá internalizar algumas expressões na língua alvo e de quebra será aprendiz autônomo e consciente.

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